
Maria de Lurdes Pintassilgo nasceu na freguesia de São João, concelho de Abrantes, filha de Jaime de Matos Pintassilgo, empresário da indústria de lanifícios na Covilhã, e de Amélia do Carmo Ruivo da Silva Matos Pintassilgo, doméstica.
Na altura do seu ingresso escolar, a família de Maria de Lurdes Pintassilgo abandonou Abrantes e foi para Lisboa.
Realizou a instrução primária numa escola particular. Ingressou no Liceu D. Filipa de Lencastre, onde terminou o curso secundário como a melhor aluna do liceu, tendo ganho por duas vezes o Prémio Nacional.
Licenciou-se em Engenharia Químico-Industrial, no Instituto Superior Técnico de Lisboa, numa época em que eram poucas as mulheres que enveredavam pela área da engenharia. Entre os 250 alunos do curso, apenas 3 eram mulheres. Desejava mostrar que o desafio do mundo industrial era também acessível às mulheres.
Iniciou a sua carreira profissional, como investigadora na Junta Nacional de Energia Nuclear, como bolseira do Instituto de Alta Cultura.
Foi nomeada chefe de serviço no Departamento de Investigação e Desenvolvimento da Companhia União Fabril (CUF), que aceitou pela primeira vez uma mulher nos seus quadros técnicos superiores.
Foi coordenadora de programas de formação no domínio da emancipação da mulher.
Foi designada, pelo Papa Paulo VI, representante da Igreja Católica.
Foi mentora do projecto, para uma Sociedade Activa para a Igualdade de Oportunidades entre as Mulheres e os Homens. Lutou para a Igualdade e os Direitos das Mulheres.
Após recusar o convite do presidente do Conselho, Marcelo Caetano, para integrar a lista de deputados à Assembleia Nacional, aceitou ser designada procuradora à Câmara Corporativa na Secção XII. Foi a primeira mulher a exercer funções nesta secção.
Presidiu ainda, novamente a convite de Marcelo Caetano, ao Grupo de Trabalho para a Participação da Mulher na Vida Económica e Social.
Depois da revolução do 25 de Abril de 1974, foi nomeada secretária de Estado da Segurança Social no I Governo Provisório. Foi eleita, por quatro anos, membro do Conselho Executivo da UNESCO. Foi indigitada pelo presidente da República, general Ramalho Eanes, para chefiar o V Governo Constitucional, um governo de gestão incumbido de preparar as eleições legislativas intercalares. Tornou-se a primeira mulher portuguesa a assumir o cargo de chefe do Governo. Apoiou a candidatura do general Ramalho Eanes à Presidência da República.
Exerceu funções como consultora do presidente da República, António Ramalho Eanes.
Foi candidata independente às eleições presidenciais onde pela primeira vez os candidatos eram civis e não militares, não tendo conseguido ganhar.
Foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo tornando-se na primeira mulher agraciada nessa Ordem com esse grau.